Ciclos de afinação são todas as sequências lógicas que podem ser usadas para se afinar um piano. As mais utilizadas são as sequências de quartas ou quintas. Eu, normalmente uso a sequencia de quintas, por ser a meu ver a mais eficaz em termos auditivos.
Por exemplo, começo no Lá3, depois Mi4, a seguir Lá4, Mi5, Lá5 e assim sucessivamente até afinar todos os Lás e Mis nas cordas triplas. Depois continuo a afinar na sequência de quintas até que acabo em Ré. Todas as notas triplas ficam afinadas à excepção das notas que não têm abafadores; neste pequeno esforço passam-se normalmente duas horas de trabalho de concentração. Metade do trabalho está feito mas ainda falta afinar as cordas com bordões e todas as triplas sem abafador, e para isto normalmente costumo contar com uma hora e meia, pelo menos.
Só quando estou cansado é que afino primeiro as triplas e só depois os bordões, simplesmente por gestão de capacidade auditiva. Para afiná-las vou buscar a oitava abaixo e unifico-as a todas por comparação, e uso o ciclo cromático. Nos bordões das cordas duplas afino por quintas e acabo os bordões simples tirados por oitavas com os bordões das cordas duplas; estas duas secções ficam prontas em hora e meia quando tudo corre bem e não há contratempos.
Tudo isto que escrevi são directrizes base de uma afinação e posso dizer que há uns anos usava este sistema tal como o descrevi agora. Porém com o tempo fui adaptando alguns aspectos e hoje há coisas que faço de modo diferente. Há sistemas que se adaptam melhor a um determinado tipo de piano e as afinações são diferentes dependendo do uso que o piano vai ter, se é para estudo-escola ou estudo-casa, para concerto em acompanhamento ou em solo. E não falei das variáveis ambientais que se tem de ter em conta quando se afina um piano.
Essas ficam para a próxima, que já tou cansado de escrever.
1 comentário:
Legal essa matéria de afinação de pianos !
Obrigado pelas dicas !
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