novembro 24, 2012

Descobrimentos

Acabei de chegar a casa depois de uma afinação quase-surpresa porque só foi confirmada ontem.
Foi rotineira, tirando o facto de o piano não ser afinado há mais de 10 anos. Talvez o cliente não mo tenha dito antes para não me assustar. Eu não fico assustado com estas coisas; posso sentir outro tipo de coisas, das quais já falei aqui, mas não me assusto.
Mas confesso que fui mesmo apanhado de surpresa, e logo a seguir a receber a notícia perguntei, gracejando, se o cliente estava à espera de um milagre depois da afinação de hoje. Felizmente ele disse que não, por isso subentendi que fosse uma pessoa com algum conhecimento sobre o próprio instrumento.

Comecei a trabalhar na primeira sequência e correu bem. Por fora o piano tinha algumas marcas do (mau) transporte, mas interiormente estava muito em cuidado, incluindo a máquina.
As cravelhas tinham uma boa tensão de afinação, o que pode ser, e certamente será,  prejudicial para o pitch raise de hoje. Quando se afina um piano depois de vários anos, a última coisa que se quer são cravelhas demasiado soltas, porque se assim estiverem vão facilitar ainda mais a descida prevista da afinação devido ao facto de as cordas já não estarem habituadas a levar com tantos Newtons (unidade de tensão) em cima . Em condições normais, a tensão que encontrei hoje é mais do que boa para segurar devidamente a afinação, mas como não são condições normais, a mesma tensão é contraproducente.
Confirmarei tudo isto daqui a três semanas quando voltar lá para afinar. Não sei o que vou encontrar, até pode ser que tenha uma surpresa agradável. Aceitam-se apostas.

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