abril 13, 2009

Peso da Régua I

No último mês que passou, trabalhei!
Trabalhei dias inteiros e no final disso senti-me mesmo cansado. Mas vamos ao que interessa (como sempre, cada post seu piano).
O Nuno vendeu um piano para um hotel na Régua, que fica mesmo em frente ao rio Douro. Eu, as vezes, vejo-me como um verdadeiro apêndice vital, visto que independentemente do lugar para onde os pianos do Nuno vão, eu, qual sina, tenho de ir também. E ainda bem que assim é.
O piano não me era estranho, afinal, era aquele que tinha sido emprestado ao J. C., e como já o tinha afinado, sabia de ante-mão o que iria encontrar.
Mas pensemos um pouco e juntemos algumas peças.
Um hotel tem sempre o A.C. a funcionar, a temperatura no interior de um hotel sofre variações em espaços de tempo bastante curtos, o hall de entrada (onde está o piano, ainda que resguardado) é o local com maior amplitude térmica dentro daquele espaço, e o piano ainda não completou um ano de vida. Conclusão mais que óbvia para os entendidos é a instabilidade da afinação numa questão de semanas.
Sabendo tudo isto, fiz, como tento sempre, o meu trabalho da melhor maneira que pude, e a afinação acabou por se revelar rotineira, embora sempre particular, morosa mas exequível.
O hotel estava a celebrar 10 anos de existência (daí a compra do piano) e por isso iriam ter um concerto naquele mesmo piano, nesse mesmo dia.
Quando estava quase a terminar a afinação, apareceu o pianista, que me auxiliou na fine tuning. Posto isto acabei a afinação e deixei ,novamente, pessoas felizes.
Mas para mim, o dia não tinha ainda acabado, não tinha mesmo.

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